A TCP Partners, especialista em investimentos, gestão e fusões & aquisições, divulgou relatório sobre o transporte terrestre no Brasil e seus desafios para 2023, que ainda está começando.
Utilizando dados do IBGE, da Rodobens e da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o estudo mostra que aproximadamente 134 mil empresas de todos os portes empregam cerca de 1,1 milhão de pessoas. Mais ainda: quase 60% dessas empresas são veteranas com mais de 20 anos de (literalmente) estrada.
Você leu bem: Mais de Um milhão de pessoas empregadas no setor
Para entender o resultado deste estudo, precisamos entender que, em 2020, a receita líquida do setor beirou R$ 268 bilhões, um crescimento de 0,6% em relação ao ano de 2019 de acordo com dados do próprio IBGE. Após a retomada da economia em 2021, as previsões mais otimistas apontam que a receita líquida foi de R$ 307 bilhões – sim, aumentou 14,5%!
Com a taxa de crescimento médio anual prevista em 10,1% devido ao agronegócio, mineração, construção e, claro, o crescimento dos pedidos via e-commerce, o setor de transporte pode esperar um futuro bem tranquilo, certo?
Péra, que não é bem assim!
Se por um lado existem os bons números, por outro temos os desafios urgentes que estão atrapalhando muitos negócios que utilizam vias terrestres!
O “urgentes” fica por nossa conta, já que eles são “urgentes” desde os anos 70, mas vamos a eles!
– Segurança nas rodovias: acidentes e roubo de carga causam muito prejuízo na cadeia de suprimentos.
– Infraestrutura: o transporte de cargas no Brasil é feito na maior parte através das rodovias e este modal, há dois anos, foi responsável por 60% do movimento de cargas. O ferroviário vem em segundo lugar, com 20%, e o aquaviário com 14%. Mas a questão é a falta de conservação das estradas, que impacta em mais acidentes, na conservação das frotas das transportadoras e, com o volume de veículos enorme pelas rodovias, atrasos que prejudicam prazos de entrega.
(quem não lembra da estrada para o Porto de Paranaguá, não é mesmo?)
– Custos operacionais: o estudo mostra a alta carga tributária sobre os serviços de frete, gastos com combustíveis, seguros de carga e manutenção dos veículos. Na prática, estes tributos consomem muito de todas as empresas, prejudicando as de pequeno e médio porte, evidentemente, mas também afetam diretamente o resultado das grandes operações.
– Renovação: desde 2014, a renovação da frota vem desacelerando em todo Brasil. O estudo mostrou que a taxa média da renovação entre 2011 a 2021, portanto dez anos, foi de apenas 7,1%. A Secretaria Nacional de Trânsito, aliás, divulgou que há mais de 3,5 milhões de caminhões em circulação no Brasil, com 26% ultrapassando 30 anos de estrada.
Qual destes desafios é o mais urgente para resolver?
Custos e mais custos: os mais comuns entre as transportadoras são
- Custos de transporte: associados ao transporte físico das mercadorias, como combustível, manutenção e reparo de veículos, salários dos motoristas, taxas de pedágio e aluguel de equipamentos.
- Custos de armazenamento: incluem aluguel e manutenção de armazéns, seguros, custos de energia e custos de mão de obra.
- Custos administrativos: salários e benefícios dos funcionários administrativos, aluguel e manutenção de escritórios, custos de suprimentos de escritório e outras despesas administrativas.
- Custos de seguro: para cobrir perdas ou danos às mercadorias durante o transporte.
- Custos de conformidade regulatória: incluem licenças e taxas governamentais necessárias para operar uma transportadora, bem como custos associados à conformidade com regulamentações ambientais e de segurança.-
Custos de tecnologia: sistemas de rastreamento de carga e software de gerenciamento de frota, devem ser previstos.
Custos de marketing e vendas: Os custos de marketing e vendas, como publicidade, comissões de vendas e promoções, também devem ser levados em consideração.